Como herança de um Império, o "Ocidente" traria consigo a idéia de "mundo civilizado" contra a "bárbarie do resto do mundo" e assim foi utilizada pelo colonialismo como uma justificativa de "levar ao mundo a civilização".
Foi assim que o termo "Ocidente" começou a se tornar o oposto do que era, de uma ideologia defensiva de unidade pautada na Igreja católica e em um mundo feudal em uma ideologia agressiva de colonização pautada na ambição mercantilista e em um mundo burguês ascendente.
Mais sempre seu eixo foi "o mundo civilizado" contra "o mundo dos póvos bárbaros".
Hoje este "mundo civilizado" é o eixo principal do "centro do capitalismo global" de uma herança "judaico-cristã" mais pautada no capitalismo e no modelo de democracia liberal.
E assim justificaram o Imperialismo e hoje justificam seu domínio via globalização criando inclusive seu contraposto que seria "O Oriente" aonde estariam "os nóvos bárbaros" que só poderiam ser - "póvos hostis, atrasados e de regimes ditatoriais" oque justifica contra eles todo e qualquer tipo de hostilidade pois na verdade são justo póvos que resistem ao "modelo ocidental de sociedade".
Dentro do dito "Oriente", o "Ocidente" conseguiu uma "plataforma", ou seja, um eixo que adotou parte de seus valores e tornou-se aliado que foi o Japão conquistado e tutelado pelos EUA na II Guerra e os chamados "Tigres asiáticos" sob sua "esfera de influência".
Atualmente a ideologia de "Ocidente" serve como reafirmação da hegemonia dos EUA.
É essa ideologia que justifica a OTAN, a União Européia, Israel e a tutela do Japão e Tigres asiáticos como "o mundo livre" do capitalismo e da democracia liberal.
Sua centralidade hoje está na América do Norte, Europa, Israel, Austrália e Nova Zelândia aonde estão os "póvos brancos de origem judaico-cristã, civilizados e por isso adeptos do capitalismo e da democracia liberal."
Como concentradores da renda e das riquezas globais desde o colonialismo "O Ocidente" divulga e crê que possui uma "qualidade de vida superior" não fruto desta exploração a outros póvos, mais sim a "seu modelo de sociedade, a civilização". E mais uma vez utiliza essa ideologia para justificar sua dominação, hoje até mesmo em âmbito cultural.
Sob dominação econômica e cultural surge a dita "periferia do Ocidente" que em muito são as antigas colônias das potências européias e dos EUA e que veem no "Ocidente", "um modelo a ser seguido" mais atuam como simples fornecedores de matérias-primas, mão-de-obra barata e escoamento das indústrias mais poluentes. Essa periferia entrega suas riquezas ao "Ocidente" e simultaneamente culpa seu atraso por "não seguir bem o modelo Ocidental". Não a toa essa dicotomia doentia vem sendo contestada mais o "Ocidente" sempre atua visando mante-la se não pela força das idéias, pela força das armas.
Com um modelo explorador e muito centrado nos minérios e na energia via petróleo & gás, o "Ocidente" criou a figura recente de "um cinturão das matérias-primas" que na verdade seria um "cinturão da energia" aonde estão as principais reservas mundiais de petróleo & gás do mundo e por isso hoje é seu principal fóco de domínio, a região que tenta hoje conquistar de modo mais agressivo, mais também como parte do "Oriente" uma região que resiste "a seu modo de vida".
Os "póvos ocidentais" se auto-convencem da "superioridade de seu modo de vida" e de um "destino civilizatório" que seria "impo-lo mundo a fora", mais lógico como "periferias" para manter seu status movido a acumulação de riquezas.
O Ocidente defensivo, de unidade, centrado no Catolicismo e na "herança judaico-cristã", passou a ser o "Ocidente agressivo, colonialista-imperialista"
A "sociedade ocidental" passou também por uma transformação única e pouco existe de seu modelo tradicional mesmo do "Ocidente histórico", o "Ocidente das Liberdades" é o Ocidente do consumo, do homem-consumidor, do individualismo, do niilismo, da "democracia dos bancos", o Ocidente da "pós-modernidade" e é "esse Ocidente" que agora tenta ser imposto mundo a fora como "novo modelo colonial" a ser admirado e temido.
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