quarta-feira, 12 de março de 2014

Genebra II iniciando o ano de 2014


2013 se encerra e se inicia 2014 sob o auspício de uma conferência de paz histórica, não a toa batizada de Genebra II. A conferência de Genebra marcou um "distencionamento" dos embates entre o bloco comunista com URSS e China a Frente com o bloco capitalista com os EUA, França e o Reino Unido a frente oque marcava um "reconhecimento mútuo" de esgotamento e impossibilidade de continuar a "Guerra fria" por conflitos brutais que dividiram nações periféricas. A conferência Genebra II tem o "mesmo espírito", um "reconhecimento mútuo" entre a liderança globalista-liberal novamente com os EUA, França e o Reino Unido a frente com o bloco multipolar com a agora Rússia(ex-URSS) e China a frente agora sob a compania do Irã.

Será a conferência que tratará do acordo de paz na Síria. Síria que forçou os EUA a pela primeira vez se retirar de um conflito após o auxílio russo que a nação recebeu e que impossibilitou a invasão da nação pelas forças da OTAN.
Rússia, China, Irã, Líbano, Iraque, Coréia do Norte, Belarus, Ucrânia e Venezuela estiveram pessoalmente empenhadas para socorrer uma Síria aonde uma revolta popular se transformou em uma invasão em massa de terroristas apoiados prioritariamente pelos EUA, pela França, por Israel, pela Turquia, pelo Catar e pela Arábia Saudita.

Uma divisão dentro do própio "bloco globalista-liberal" dificulta ainda mais o acordo, Israel e a Arábia Saudita que apóiam os terroristas taqkifiris da Frente Al-Nusra ligada a Al-Quaeda se põe contrários a paz diante da maioria das nações de seu própio bloco que apoiam o Conselho Nacional Sírio ligado a Irmandade Muçulmana e que foi apeada do poder no Egito pelos mesmos Israel e Arábia Saudita. Os própios EUA sofrem uma divisão, do lado do governo temos Obama buscando a paz e em apoio a Irmandade, do lado da guerra vemos a oposição republicana e todos os espectros ligados a AIPAC, o "lobbye Sionista" que é a "voz de Israel" e o lobbye saudita que se faz de acordo com as "7 irmãs do petróleo" nos EUA representadas pela Chevron e a Exxon.Se não bastasse vemos por parte do Reino Unido uma extrema relutância em apoiar as ações desestabilizadoras na Síria que entregariam a nação a sua rival na Europa - a França; eis o motivo geopolítico do Reino Unido de forma inédita se recusar de participar de "mais uma guerra norte-americana"; como se já não bastasse o "avanço francês" sob a África Ocidental e o Sahel que ali mais uma vez conflitam com as ambições sauditas...

O lado liberal se encontra dividido e o bloco multipolar coeso, essa é uma vantagem do bloco multipolar que verdadeiramente preza pela soberania da Síria e o bem estar de seu povo e por isso apóia o atual Presidente Bashar Al Assad contra a "guerra a invasão terrorista", diante de um número maior na convenção de participantes do lado liberal.

É uma conferência aonde também pela primeira vez farão parte além de nações, blocos de alianças regionais como a Liga Àrabe e a União Européia que "em tese" reforçariam o lado dos liberais. Em tese...
A Arábia Saudita e o Catar travam uma "guerra intestina" na Liga Àrabe e mesmo no ponto que os unem que é em atacar Assad fracassaram no interior da Liga Àrabe que com destacada liderança do Iraque, do Líbano, da Argélia e do recém Egito "pós-Irmandade" frustaram os intentos em condenar Assad e levaram a Síria um negociador favorável a paz e ao respeito a soberania síria : Lakhdar Brahimi.
A posição do Egito foi fundamental e tomada tendo em mente que a Irmandade Muçulmana se fortalecia devido ao conflito sírio e isso seria uma ameaça para doma-la dentro do própio Egito e com a divisão do "bloco globalista-liberal" a Rússia ofereceu ao Egito ajuda em troca de não se envolverem no conflito sírio. E assim o Egito o fez.
Dentro da União Européia além da tensão Reino Unido-França, um desdobramento do própio conflito sírio diante do "recuo forçado" dos EUA o acordo de paz com o Irã agora trazem a Alemanha interessada na paz na Síria que será garantia de "bons negócios" já "sinalizados" com o Irã.


Será uma negociação difícil pelos diversos interesses envolvidos mais diante da situação geopolítica a busca de uma "conciliação" é mais provável embora devido as posições internas os EUA ainda "titubeie" e Israel, Arábia Saudita e Turquia tentem a "todo custo sabotar a paz". Israel sabe que a paz no Oriente Médio lhe trará pressões talvez insustentáveis diante da opressão que faz ao povo palestino, a Arábia Saudita vê eclodir uma revolta da minoria xiita justo aonde estão suas principais reservas de petróleo que é de onde tira seu status,poder e a própia sobrevivência e a Turquia vê na Síria uma "fuga" diante do conflito com a minoria curda que só se agrava procurando dominar todo o geográfico "Curdistão" para esmagar a luta curda oque a põe em oposição também ao Iraque.


A todo modo quem acharia tal conferência provável no início de 2013 ? Em um período ficou muito mais provável uma apocalíptica III Guerra Mundial, pois 2014 se inicia na perspectiva da "maior conferência de paz" desde a Genebra I.E em muitos pontos mais importante que a primeira aonde um mundo bipolar "resolvia pendências", nesta oque está em jogo é a manutenção de um mundo unipolar ou a emergência incontestável de um mundo multipolar !

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