Vivemos
uma encruzilhada perigosa na história mundial, a luta entre uma
hegemonia, a dos EUA, que busca se afirmar mundo a fora e a isso recorre
a guerras, golpes de Estado, desestabilização social, política e
econômica a quem não se curva e nações que buscam um mundo multipolar,
sem hegemonias, com respeito as soberanias e construções de cada povo.
A hegemonia é a
continuidade do colonialismo tal como vem acompanhada de políticas de
precarização do emprego, restrição de investimentos públicos, corte de
direitos sociais e a entrega do patrimônio nacional a elites do centro
do capitalismo global e a multipolaridade é a continuidade das lutas de
libertação nacional, lutas de descolonização tal como afirma a soberania
nacional, garantia de direitos e um desenvolvimento econômico
acompanhado do desenvolvimento social, de melhoria na vida das pessoas.
Desde o estopim da recente crise, os EUA e seus aliados da OTAN
intensificam o saque de nações, recorrem a guerras, a desestabilização
econômica e buscam uma REcolonização agressiva do mundo para saírem de
suas crises mantendo seus modelos de sociedade subordinadas ao grande
capital financeiro transnacional (globalista).
É esse o pano de fundo das eleições hoje no Brasil.
A nem tão pouco tempo atrás vivíamos subordinados a hegemonia pura e
simples e com isso,apesar de ter se criado uma moeda forte que acabou
com a hiperinflação vivíamos um cenário de desemprego generalizado,
miséria, precarização dos empregos existentes, não se investia em obras
públicas, muito menos algo minimamente relevante em saúde e educação.
Foi a época que os grandes planos de saúde e as universidades privadas
cresceram "em cima do serviço público".
Foi a época em que pessoas
estudadas, com vários registros de emprego na carteira durante a vida
batiam de porta em porta para aparar grama ou cortar àrvores em busca de
um trocado, ou mesmo por um prato de comida.
Esta foi a Era
FHC, se você não se lembra ou não a viveu, é só pesquisar oque ocorre em
países como a Grécia, Espanha, Itália e aqui perto Paraguai e Honduras
subordinadas a estas mesmas políticas.
Foi a época em que a
indústria nacional foi arruinada, quebrada por uma abertura econômica
feita sem planejamento e nossas grandes empresas entregues como a
privatização da Vale do Rio Doce, da CSN, Embratel, da subordinação da
Petrobrás a bolsa de valores...
Foi nessa época que nas cidades e
estados foram privatizados os transportes coletivos, a energia, a àgua e
proliferaram os pedágios.
Uma época de salário mínimo congelado,
"desemprego estrutural", terceirizações e precarização do trabalho,
tendo que trabalhar mais e receber cada vez menos.
A classe
média que hoje brada o voto no PSDB, estava a beira de extinção em 2.002
e por isso elegeu o PT. Esta mesma classe média não mais existiria se
José Serra tivesse ganho de Lula aquela eleição.
Foi como um BASTA e uma reação a tudo isso que o PT chegou ao poder.
Não deixo de ver que nas gestões do PT também houveram erros,
concessões e equívocos e que mesmo o governo Dilma foi um retrocesso em
relação aos governos de Lula, mais com certeza o Brasil de hoje é muito
diferente do que os foi entregue em 2.002, é um Brasil com tendências de
melhorias no emprego e na renda, na geração de empregos, no aumento dos
salários, de programas sociais que realmente chegam a seus
destinatários, com o retorno dos investimentos em obras públicas em
parceria com Estados e municípios, expansão dos serviços públicos como
exemplo a expansão de creches, escolas técnicas, universidades e da
saúde da família, das UPAs, de um programa no aumento do número e da
formação de médicos...
...da expansão do microcrédito, de políticas
as micro e pequenas empresas... e oque mais se interrelaciona com o
contexto global - uma política externa pragmática voltada a relações com
todas as nações e tendo como base, a multipolaridade.
É isso que a hegemonia, agora caracterizada na figura de Aécio Neves vem para destruir.
É óbvio que ainda há problemas, nosso país possui uma parcela
significativa de nossas elites comprometida com o colonialismo e que se
manteve bem, ainda acumula mais e mais renda, para estas a Era FHC foi
"uma festa de consumo de produtos estrangeiros chegados com a abertura
econômica".
Mais também é óbvio que o PT mudou o Brasil para melhor e
retroceder é trazer de volta o desespero e o desalento, desespero que
estas mesmas elites entreguistas que hoje se opõe ao PT historicamente
trouxeram ao país.
Só em tempos recentes, fora essa mesma elite hoje
alicerçada no consórcio PSDB-DEM-PPS-SD que levou ao suicídio de
Getúlio Vargas, a deposição de João Goulart, a ditadura de 64 e aos
governos neoliberais de Collor e FHC.
Uma lástima ver o neto de Tancredo Neves estar hoje perfilado com o anti-getulismo.
O filme que assistimos aqui já ocorreu a bem pouco na Índia aonde
Narenda Modi se fez vitorioso com promessas econômicas e traz de volta
as políticas de arrocho salarial, abertura econômica e precarização do
emprego, que bem ou mal, o Partido do Congresso conseguiu atenuar, e
pouco a pouco Modi se distancia dos BRICs e estreita mais laços com os
EUA e nações que apóiam a hegemonia.
O mesmo filme ocorre hoje
no México, aonde o país tem significativo crescimento econômico, mais
não melhoram as condições de vida do povo.
É isso que está em jogo e por isso, com todos os pesares vale a pena renovar o voto em Dilma Rousseff
que diante da crise manteve a melhora no emprego, na renda e nos
investimentos e se coloca ao lado da multipolaridade, da luta
anti-colonial.
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