A gestão Bush priorizou "a hegemonia unilateral" aliado a um número restrito de
nações principalmente o Reino Unido, Israel e Arábia Saudita buscou impor ao mundo a hegemonia através da força militar dos EUA.
A gestão Obama com o fracasso da estratégia Bush "expandiu o círculo" e formou "um novo leque de alianças prioritárias" por definição descrita como "hegemonia multilateral" e nisso encampou a aliança com nações aliadas dos EUA que foram "marginalizadas" pela gestão anterior em especial a França, a Alemanha, a Turquia e o Catar.
Invês da ação direta da força militar a gestão Obama passou a priorizar a estratégia das "mudanças de regime" e das "revoluções coloridas" a qual utilizou quando se iniciou o ciclo da chamada "primavera àrabe".
Nesta ação a gestão Obama priorizou a aliança com forças da chamada Irmandade Muçulmana que deveriam chegar ao poder e estabelecer condições propícias para os interesses norte-americanos por todo o "Cinturão das matérias-primas" do Oriente Médio ao Norte da Àfrica, Irmandade esta que se ligou via o Eixo formado pelos interesses convergentes de França, Turquia e Catar.
Obama buscou conciliar na região os interesses dos "aliados de sempre" com Reino Unido, Israel e Arábia Saudita com os de França, Turquia e Catar mais a prioridade dada logo apontou um caminho e gerou descontentamentos.
Se o Reino Unido esteve muito bem com a aliança pelos despojos da Líbia os acontecimentos no Malí e na Síria já o fizeram notar o crescimento do rival francês nesta estratégia e preferiu "adotar a neutralidade", oque quer dizer - só participaria do que levasse em conta os interesses da Coroa britânica.
É óbvio que fatores como a crise econômica e o repúdio popular a novas agressões militares influiram e muito para que nações como o Reino Unido não participasse mais de "operações militares exteriores", mais podia faze-lo de modo decisivo "por intermediários", se o fez com mais discrição e sem se empenhar nas contendas foi por que receberia em troca pouco diante do crescimento francês no mesmo campo.
A estratégia francesa de recuperar "a tradicional àerea de influência" (África Ocidental a Síria e Líbano passando pela Argélia) esbarrou nas pretenções Sauditas de aí estender sua influência por todos os membros da chamada "Liga àrabe" a fazendo literalmente jus ao nome - uma força a serviço dos interesses sauditas e o mesmo ocorrera com o Likud sionista que pretende é ter a Síria e o Líbano subjulgados a "Eretz Israel" e não "a interesses franceses". Com a convergência estava selada a aliança.
Do outro lado, o Catar como "interlocutor privilegiado" com a Irmandade Muçulmana e setores do Talibã via sua mídia Al Jazeera e seus "contatos políticos", trouxe a Irmandade a atrelar seus interesses aos do Catar e como tal este crescendo diante da estratégia de Obama e aí ganhando "local privilegiado". Com este "cacife" e as contendas internas o Catar passou a disputar com os sauditas o poder dentro da Liga Àrabe e começou a contenda.
Desestabilizada pela OTAN, a Turquia de Erdogan encontrou na convergência aos interesses franco-catarís a força que precisava para resistir a "ameaça curda" estimulada e muito pelos sionistas e sauditas e para voltar "a se projetar na região e reconciliar interesses com a OTAN", assim deixando "de ser alvo, para fazer alvos".
Resumidamente assim surgiram os Eixos Sionista-Saudita e o Franco-Turco-Catarí que ambos ao lado da Hegemonia possuem "interesses conflitantes" e se põe contra o chamado Eixo da Resistência que inclui as nações que contestam a Hegemonia e em geral de caráter revolucionário e anti-imperialista na região apoiados na Síria e no Irã que em alcance global recebem o apoio de Rússia e China, todas nações que se veem "cercadas militarmente" e "ameaçadas em diversos termos" pela OTAN sob a Hegemonia dos EUA a ponto de se unirem em aliança militar denominada SCO.
Em contraponto a expansão da Irmandade Muçulmana e dos interesses franco-catarís, os sionistas-sauditas passaram "ao jogo bruto" e os derrubaram do poder no Egito e disputaram com eles a Síria, o Norte da Àfrica e toda a região com uma estratégia de apoio e intervenção (agressão) militar a grupos de guerrilhas taqfíris amparadas na Al-Quaeda que ajudaram a fundar e expandir e conectados aos interesses da Era Bush nos EUA "ativaram" seus apoios e na disputa política se disporam radicalmente sob o Partido Republicano e seus interesses contra o apoio de Obama aos franco-catarís.
Sob a figura principalmente do Senador republicano Jhon Mc Cain, o eixo sionista-saudita passou a atuar "de frente" em todas as operações dos EUA chegando a disputar e por vezes vencer a "direção das operações" contra o própio Obama e os democratas.
Agora importante salientar que oque aqui se descreve como Eixo Sionista integra os interesses do Likud e de Nethanyahu na liderança sionista e não o interesse de todas as alas do Sionismo, algumas "mais moderadas" se cercam em torno dos franco-catarís e de Obama temendo que a agressividade dos atuais poderes em Telaviv e Riad leve a um "desconfortável conflito global" quando apostam "na transição pacífica da Hegemonia a multipolaridade" aonde partem em ofensiva aos chamados BRICs para "crescer com eles em busca de novos paradigmas". Assim o Likud se baseia no "extremismo sionista" enquanto os demais se baseiam "na financeirização suave". Os sionistas "mais moderados" porém se cercam em torno de Hollande e Obama por não terem tido "sucesso integral" em persuadir principalmente a Rússia e em certa escala os demais BRICs.
Pode chegar a hora em que se dará em grau extremo o enfrentamento entre os Eixos imperialistas e o Eixo da Resistência, a saída dos BRICs "para fora do padrão-dólar" apressam este momento porém a divisão posta entre sionista-sauditas aliados aos Republicanos e os franco-turco-catarís aliados aos Democratas parece não ter retorno, principalmente por que se dá dentro de cartéis imperialistas de peso como nas 7 irmãs do petróleo aonde descontente está principalmente a BP e ascendendo a Total e a Aramco aliada a Chevron e dentro das estratégias globais de domínio entre os que advogam "a guerra total" e os que buscam "atacar, mais evitar o conflito frontal".
A rixa é de tamanho grau que levou ambos a pontualmente "conciliar" com o Eixo da Resistência que é "o inimigo prioritário" em casos como no Egito quando os sionistas-sauditas levaram Al-Sisi ao poder que acertou a Rússia retirar a intervenção egípcia na Síria que atendia a Irmandade Muçulmana e no Iraque quando os franco-turco-catarís buscam evitar a ofensiva sionista-saudita sob o Curdistão e aí "conciliam" com o Irã.
Com o enfraquecimento da Irmandade hoje os franco-turco-catarís disputam com os sionistas-sauditas também a direção nos movimentos armados, a diferença é que no geral os primeiros partem ao plano institucional e a negociação com o inimigo (Rússia, China e Irã) enquanto os segundos em geral partem a agressão e a tomada de poder pela força.
Se por vezes se complementam como na Líbia e pontualmente na Síria, Ucrânia e Iraque, de outro lado essa "divisão do bloco imperialista" o leva a disputas internas que os vem dando revés e acirrando as rivalidades para além "das parcerias".
Esse "modus-operandi" já chega ao desgaste e a reconciliação a cada dia é mais precária oque supõe que em breve ou se mudará a estratégia imperial ou passarão ao ataque direto no plano econômico e político em rixas semelhantes as que ocorrem hoje nos EUA entre Republicanos e Democratas cada vez mais separados não por serem "opções de projeto de governo" mais por serem "dois lados conflitantes no mesmo projeto" e isso não somente em termos políticos mais em ganhos financeiros diretos...e quando "o dinheiro é o Rei" se nublam as mentes e acirram os espíritos.
Israel e Arábia Saudita ainda "não querem e não podem ceder" sob o risco de perderem parte de seus domínios. Israel periga perder a Palestina Ocupada se ceder a estratégia franco-turco-catarí que simpatiza com a Palestina como sua "àerea de influência" e os Sauditas em perderem a sua mais rica região petrolífera habitada pela minoria xiita especialmente descontente com a agressão da monarquia "a seus irmãos" principalmente no Bahrein e serem tratados como "cidadãos de segunda classe" no Reino dos Saud.
Como se vê há motivos políticos, econômicos e mesmo nacionais em jogo e coisas assim não se resolvem pela mera e pontual "convergência de interesses comuns". É nisso que aposta o Eixo da Resistência para obter êxito em seu objetivo - RESISTIR...com o mínimo de perdas e concessões.
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