Muito poderia ser dito sobre os BRICs e sobre o impacto global de sua mais recente iniciativa a do Banco de desenvolvimento dos BRICs em conjunto com o chamado "contigente de reserva", mais apontar o óbvio já é suficiente pois as mudanças falam por si só.
Mais do que nações emergentes, os BRICs são as nações mais poderosas do mundo que não estão presas a acordos econômicos, políticos e/ou militares que os subordinem a hegemonia dos EUA, esta expressa principalmente no G7 e na OTAN. Agora com o Banco de desenvolvimento, os BRICs também se libertam do jugo financeiro que os prendia ainda a hegemonia via FMI e Banco Mundial e sua tutela das economias e trabalho a favor da moeda hegemônica - o dólar.
E se libertando desse jugo, os BRICs libertam também o mundo inteiro os oferecendo uma opção financeira sem as medidas draconianas e neocoloniais das instituições hegemônicas e por si só já altera profundamente o cenário econômico e político global.
Outros fatores ainda dimensionam mais as medidas tomadas, por exemplo, o chamado "contigente de reserva" é feito pelo superávit primário destas nações que antes eram aplicados em dólar e agora além de passarem as moedas destas nações ainda se tornam uma fonte de renda via a transformação de parte destas poupanças em investimentos e empréstimos e com tudo isso valorizam ainda mais sua "cesta de moedas" em relação ao padrão-dólar.
É trazer o superávit que servia a manutenção do dólar de volta as economias nacionais e para o fortalecimento é de seus própios papéis e moedas.
Se por um lado estes papéis se articulam em centros financeiros como em Shangai na China aonde será a séde do Banco, por outro lado reforçam o poder destes membros Estados diante do capital financeiro privado já que os servirá de contraponto e unidas essas reservas permitem um grau muito maior de resistência a ataques especulativos.
Cada um dos Estados entraram com uma porcentagem do capital para o Banco de acordo com suas possibilidades, como a maior economia, a China entrou com o equivalente a 41 bilhões de dólares em sua moeda, o yuan, em seguida Brasil, Rússia e Ìndia entraram cada um com o equivalente em 18 bilhões de dólares em suas respectivas moedas e por fim entrou a Àfrica do Sul com o equivalente a 5 bilhões de dólares em sua moeda, o rand.
Assim o Banco dos BRICs inicia com um respeitável aporte inicial em um mundo sedento por crédito escasso e que se vê prejudicado pelas medidas impostas pelas organizações hoje dominantes - o FMI e o Banco Mundial.
O maior efeito simbólico e mesmo ideológico é que apesar do diferente aporte de capital, todos os membros dos BRICs tem o mesmo peso decisório na instituição e isso é um pressuposto do papel que o grupo se propõe de rumar a um mundo multipolar sem hegemonias.
A princípio apesar do caráter de mudança de paradigma, o Banco dos BRICs se foca no apoio a projetos de investimentos e não propõe a rivalidade, mais a reforma das instituições de crédito que hoje servem a hegemonia como o FMI e o Banco Mundial.
Mais é óbvio que a mudança de paradigma se fará, afinal pela primeira vez há equilíbrio, há uma opção a estas instituições de matiz liberal.
A ascenção dos BRICs hoje expressa no Banco de investimentos que promete duas sédes regionais para atender a demandas locais, além da séde central em Shangai na China, uma voltada a América Latina no Brasil e outra a Àfrica na Àfrica do Sul e também expressa no grande "contingente de reserva" que gera crédito e maior resistência a especulação financeira a identificação pós-guerra fria nas lutas e desenvolvimento dos própios países do Sul até então marginalizados no processo.
Assim os BRICs se tornam a primeira grande expressão de ascenção do Terceiro Mundo e neste âmbito das sementes de um mundo multipolar.
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