sexta-feira, 4 de julho de 2014

DE QUEM É A CULPA ?

Judeus viveram na Palestina mesmo após a Diáspora, ali viram as dificuldades de serem minoria aonde já foram uma nação, uma nação que quando judaica também abrigou diversas minorias. A figura de Roma para o judeu é envolta na catástrofe da Diáspora, um elo muito difícil para outros póvos entenderem.
Durante este período da Diáspora ao século XX os judeus ali conviveram com diversos póvos e viram a islamização de seu antigo país, primeiro sob o Império Àrabe, depois pelos Otomanos. Viram Jerusalém se tornar "cidade santa" para o Islã e também para os cristãos que ali interagiram principalmente durante as Cruzadas mais também através de seus patrícios que foram para a Europa devido "a maldita Diápora" !
Durante eras esses judeus habitaram a Palestina vendo de longe "a sorte de seu povo disperso", viveram ali em paz com outros póvos que agora "eram a face da Palestina".
Se viveram também eras em paz em muitas nações européias, porém seus patrícios também sofreram períodos graves de perseguição seja na península Ibérica, entre os póvos eslavos, até o advento do Nazismo.
Mais também estiveram longe de serem o único povo perseguido na história da Europa, o foram em períodos os cristãos, os eslavos, os própios muçulmanos e tantos outros, talvez porém juntamente com os ciganos fossem o povo mais frágil neste elo.
Pouco importava a riqueza de uma elite judaica que passara a influenciar os destinos da Europa, para estes "o judeu pobre" nada representava pondo incluso um dos mais fortes componentes judaicos a margem - o da solidariedade entre iguais, tudo em nome do dinheiro e do poder. Assim fora com os Rotshild ontem, George Soros hoje e muitos outros pela história e na atualidade...

Mais havia uma ideologia a circular entre as classes médias judaicas, uma ideologia que pregava "uma pátria judaica" para "resguardo do povo judeu", era a ideologia Sionista de Theodor Herzl. Com essa ideologia o "ser judeu" tornou-se mais que uma identidade popular, histórica e religiosa mais também "uma identidade política".
Assim um sonho muito recorrente a início da Diáspora foi aos poucos retomado o de "retornar a terra santa de seus antepassados". Alguns judeus fizeram a "viagem de volta" e viram uma Israel bastante diferente, viram uma nação islâmica com fortes minorias judaicas e cristãs em plena convivência. Mais não interessava a maioria dos judeus na Europa o "retorno a um lugar hoje muito diferente, um lugar que os era estranho". A maior parte dos judeus na Europa se consideravam europeus e assim oque teriam de fazer fora da Europa ?

Foi o Nazismo que deu aos judeus o sentido de "fuga da Europa e retorno a Israel".

Antes do Nazismo porém a ideologia política do Sionismo já era utilizada por exemplo e principalmente pelo Imperialismo britânico que tutelava a Palestina, tal qual fizera o Império Romano na Antiguidade. Aos britânicos interessava e estimulavam aos judeus "o retorno a Terra Santa" pois ali "como póvos europeus ajudariam a embranquecer e levar a civilização a região"; o "retorno judaico" era estimulado por sentimentos racistas e colonialistas da Grã-Bretanha.
A URSS Stalinista também buscou dar aos judeus um "sentido de pertencimento a pátria soviética" no período entre-guerras (civil e II grande guerra) pois julgava que os judeus eram um povo "com sentido internacionalista" que "enfraqueceria a coesão necessária para o êxito da experiência do socialismo em um só país" e se explicava pela maciça identificação dos judeus, tal como as "classes médias progressistas da Europa" com as idéias troktystas.Primeiro Stálin procurou criar na URSS um "estado judeu" no qual achava daria a identificação necessária com "o projeto patriótico". Por diversos motivos tal "experimento" fracassou e ali estava a Palestina e a ideologia Sionista e ao lado das "maiores reservas petrolíferas do mundo" e um "elo com dificuldades" porém vital para o Imperialismo britânico que a disputava ferrozmente com o nascente imperialismo alemão.
Assim durante certa época Reino Unido, Alemanha e depois a URSS passaram a utilizar a ideologia sionista como instrumento político para se posicionarem na estratégica região.

E foi justamente a Alemanha sob o regime nazista o governo alemão que mais incentivou o Sionismo tanto como front colonizador da Palestina como front racialista "de expulsar a raça impura da Alemanha ariana".
Após o fracasso do "retorno judaico" é que se passou a investir pesado na estratégia dos "guetos judaicos". Ambas se complementavam pois com os guetos se fez a maioria da procura de "retorno" dos judeus que viviam na Alemanha.
Com a queda do Nazismo e o "horror do Holocausto" se obteve a "legitimidade política" para tratar do "reestabelecimento do Estado de Israel"...sob terras palestinas.
Não há como negar a liderança da Grã-Bretanha na criação da Israel moderna que nasceu em terras sob sua tutela,com seu patrocínio, pagavam impostos a Coroa britânica e recebiam dela o título de posse da terra. Além disso foi a Grã-Bretanha que de início armou colonos judeus para avançarem sob terras àrabes-palestinas. Ali estava encerrada a paz e a convivência entre diversos póvos na Palestina àrabe...
Os judeus que permaneceram na Palestina após a Diáspora sempre sonharam nostalgicamente com o retorno de seus irmãos, mais não em como houve, o sonho se tornou pesadelo. Aos poucos os judeus que "retornavam" traziam consigo a ideologia sionista, até que esta encontrou "bases reais" na população judaica local já anti-àrabe pois vinha já sob a tomada de posse de terras àrabes sob patrocínio britânico.
Os àrabes-palestinos viam crescer ali em suas terras uma elite judaica privilegiada que crescia sob arbítrio e seu prejuízo em conluio com os colonizadores.
Os soviéticos também "investiram pesado" no "retorno judaico"patrocinando milhões de viagens e programas na Palestina, aquela época a maior parte dos judeus era simpática aos ideais socialistas como contraponto a expansão nazista na Europa e milhares advindos da URSS e do Leste Europeu principalmente depois da II guerra e adotavam ali a ideologia socialista em programas como os kibutz.
Foi a partir do momento em que os judeus na Palestina passaram a questionar a tutela britânica e usavam as armas agora também exigindo "independência da pátria judaica" que a ideologia sionista triunfou e os soviéticos se viram mais próximos de obter ali o protagonismo.
Ledo engano.Tal como fez em diversas ex-colônias, o Reino Unido negociou com a elite local a "independência" e esteve lado a lado com a URSS ao apoiar "o plano de divisão da Palestina e estabelecimento do Estado judeu" sob o apoio de um EUA ainda reticente e a oposição de uma China já comunista.

Sem a opressão colonial, Israel se ergueu e as nações àrabes puderam vir em auxílio a seus irmãos palestinos e em interesses de autonomia sem uma "cidadela ocidental" plantada no meio do mundo àrabe.
Muito bem armados e com estratégia militar superior os Sionistas impuseram aos àrabes pesada derrota e consolidaram seu jugo ao povo àrabe-palestino. E selaram também a hegemonia da aliança com os EUA e o Reino Unido com o Sionismo.
Fruto de mais um "erro de cálculo soviético" que sob a independência das nações àrabes apostou em apoia-las e estabeleceu laços político-econômicos e ideológicos principalmente com as nações que surgiram sob "a bandeira do nacionalismo àrabe".
E afinal,eram os àrabes (e não Israel) que detinham o petróleo...
Mais principalmente a nova aliança entre EUA e Reino Unido com o Reino de Najaf, a atual Arábia Saudita que frustou o intento soviético de "liderar o mundo àrabe".
Aí se inicia o drama que hoje conhecemos como "conflito àrabe-israelense" e "causa palestina" quando com o apoio de nações que se identificavam com a luta passaram a dar apoio a grupos palestinos, inclusive a URSS e aliados aos nacionalistas àrabes e em tempos mais recentes a Revolução Iraniana.

Os primeiros em apoiar o povo palestino porém foram o Egito de Nasser, a Líbia de Khadafí, a Síria dos Assad, o Líbano, a Jordânia e a China de Mao Tsé-Tung, só depois a URSS "entrou de cabeça" levando em conta a situação de sua influência dentro do Sionismo.
Vítimas existem de ambos os lados, desde o povo àrabe-palestino com as terras saqueadas até os judeus impelidos e depois praticamente forçados pelos fatos na Europa a buscar o refúgio "no retorno a terra ancestral".
Culpados ? A URSS fez sua mea-culpa e passou a apoiar a causa palestina e "a solução de dois Estados", foi no período deste apoio que a OLP de Yasser Arafat obteve maior força e projeção.
O Sionismo como ideologia política a serviço do colonialismo e as potências anglo-saxãs (Reino Unido a frente depois precedido pelos EUA) são os "culpados impunes" que tornam Israel o Estado belicista, racialista e opressor que é hoje em "estreita aliança" com o grande capital financeiro internacional, o complexo militar-industrial estadunidense e as 7 irmãs do petróleo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário