A
geopolítica é como o espaço político se relaciona com o espaço físico
de determinada região ao mundo, por exemplo temos a América do Sul como
um espaço físico unido aonde se relacionam as potencialidades, os
territórios e o planejamento de todas as nações que a integram e o
Brasil como a maior delas não tem como deixar de estar na vanguarda
deste processo por inúmeros motivos
desde o desenvolvimento conjunto que dá alicerce a paz na região até a
defesa territorial do Brasil que passa por todo o sub-continente
sul-americano. O "espaço geopolítico" é então o espaço que determinado
Ente, aqui no caso nações possuem naturalmente pautadas pelo meio
físico, cultural,étnico e econômico para projetar seus interesses e
potencialidades. Como não interelacionar questões de integração como a
Amazônia e a Bacia do Prata ou ainda o trigo argentino, o vinho chileno
com o petróleo venezuelano ? Por tudo isso e muito mais é que a América
do Sul é o primeiro "espaço geopolítico estratégico" para o Brasil e por
isso é vital a conformação do bloco da UNASUL, e não por objetivos
"imperiais" mais simplesmente pela integração regional natural que dá
forças a região de se impor em escala global e a passar a planejamentos
que visem resguardar suas própias soberanias e um desenvolvimento mais
equânime e complementar.
É a partir desses "espaços geopolíticos
centrais" que as nações lançam as bases e condições para atuar em escala
global preservando seus interesses, soberania e desenvolvimento. É oque
vemos também os EUA na América do Norte, a Europa via UE, a Rússia via
CEI, a África via UA e etc.
A adoção de uma estratégia para atuar
neste espaço geopolítico de forma a melhor resguardar seus entes é base
das políticas de defesa, diplomacia e outras em âmbito de cada nação.
E como a partir desses "espaços geopolíticos" ter um papel global que
condiza com as aspirações e valores de cada nação também é uma meta.
O Brasil está buscando adotar uma estratégia chamada "Meridionalismo" a
qual conta com nosso apoio e concordância e se baseia em pilares
sólidos. O Meridionalismo abrange as nações situadas fora do hemisfério
norte, em geral ex-colônias situadas em regiões de clima tropical,
subtropical ou equatorial com população pobre ou em desenvolvimento e
capaz de dar a volta ao mundo "em torno de um anel circular no sul",
assim diversas características as unem e as dão presença e projeção
global. Tal estratégia também se baseia nos valores do combate ao
colonialismo, ao imperialismo e a auto-determinação dos póvos assim como
a neutralidade, o não-alinhamento a nenhum centro de poder e neste caso
a defesa da multipolaridade.
Além de ser uma estratégia que visa a
resistir a dominação estrangeira, ao colonialismo e buscar o
desenvolvimento desta parte do mundo explorada a eras e sem forças para
resistir se não em conjunto, o Meridionalismo também deixa claro que é
justo nessa parte do mundo que estão a maior parte e os mais valiosos
recursos naturais do planeta e a injustiça destes não estarem a serviço
das nações que os tem em seu território, o uso destes vastos recursos as
quais o resto do mundo não anda para o desenvolvimento das nações hoje
ditas "periféricas" é também uma de suas bases.
Não é possível o
desenvolvimento e a soberania desta parte do mundo sem sua unidade, as
"potências do Norte", as potências colonialistas e imperialistas não
irão contribuir para o desenvolvimento soberano das nações pobres, neste
caso o Meridionalismo assume sua missão anti-imperialista de forma
pragmática.
Não é abrir mão de relações com a Europa ou os EUA é se
unirem para passarem a terem relações soberanas e não tuteladas ou em
desvantagem com estes e outros centros de poder.
Neste panorama o
grupo dos países BRICs logicamente é o eixo essencial e nos põe em
aliança com a Rússia e a China duas grandes potências do Norte que
buscam exatamente a multipolaridade e assim relações mais equilibradas
entre as nações, pressuposto primeiro do Meridionalismo e dão mais voz e
vez as nações do Sul fato esse que três delas compõe o grupo : Brasil,
Índia e Àfrica do Sul que com Rússia e China formam os BRICs. A aliança
com essas duas grandes nações vem como imperativo vital da
multipolaridade e assim da soberania e desenvolvimento do Sul.
Sendo
três das maiores potências do Sul, membros dos BRICs e com diversos
fatores em comum como vasto território, enormidade de recursos naturais
de grande valor, indústria com tecnologia bem desenvolvida apesar de
prosseguirem nações sem grande autonomia, clima típico dos trópicos,
população com grandes carências, etc, Brasil, Índia e Àfrica do Sul se
uniram no grupo IBAS que se torna a mais poderosa, concreta e promissora
aliança a representar e moldar a estratégia meridionalista.
Com o
IBAS como eixo e assim com presença no Sul de ponta a ponta : Brasil nas
Américas, Índia na Àsia e Àfrica do Sul na Àfrica, a estratégia
meridionalista vai agregando as potências médias e todas as nações
meridionais em torno de suas bases, propostas e valores.
É assim que
o Brasil pode e deve se projetar no mundo, se desenvolvendo com
soberania e na luta para que todas as nações desta parte do mundo,
ironicamente a mais rica e a mais pobre também se desenvolva
soberanamente e que inclusive daí saiam intercâmbios e fluxos que
estimulem esse desenvolvimento conjunto na unidade da luta.
Mesmo
uma nação que a princípio pouco tem em comum com as demais citadas como a
Austrália, porém que fazem parte desta região geográfica tem como estar
junto nesta estratégia pois possui muito mais em comum na luta por
soberania e desenvolvimento a qual atua frontalmente por exemplo contra o
protecionismo e os lobbyes agro-industriais de potências do Norte do
que em unidade com estas que sabotam sua soberania e freiam suas
potencialidades.
No Sul está a maior parte da população, dos
recursos naturais, das florestas, das terras, por que o desenvolvimento
não está pautado então no Sul ? É a esse desafio que se propõe o
Meridionalismo.
Conheça aqui mais sobre o Meridionalismo, a estratégia geopolítica brasileira : http://www.youtube.com/watch?v=-oABdxQGLG0
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